Cristiane Gouvea







segunda-feira, 25 de outubro de 2010

PROJETO CORES


1 – PROBLEMA
1.1 – Situação Problema

A cor do ambiente em que vivemos ou trabalhamos influi sobre a maneira do nosso estado psíquico e nosso bem estar.
Em se tratando de criança, as cores tem uma importância fundamental. Quando falamos de alimentação, quanto mais colorido é o prato de comida, mais saudável ele é, então, vale lembrar que é bom ensinar isso para as crianças desde cedo.
As cores têm influência psicológica sobre o ser humano desde o seu nascimento. Existem cores que se apresentam como estimulantes, alegres, otimistas e outras serenas e tranqüilas.
Quando o homem tomou consciência desta realidade, aprendeu a usar as cores como estímulos para encontrar determinadas respostas e, a cor que durante muito tempo só teve finalidades estéticas, passou a ter também finalidades e funcionalidades práticas.
1.2 – Delimitação do Problema
O presente projeto foi aplicado na Escola Municipal Professora Elvira Pilotto Carrano, localizada à rua John Lennon, nº 2059, Jardim Vaticano, São José dos Pinhais, Paraná, para a turma do 4º ano do Ensino Fundamental, com 35 alunos, com idade entre 9 e 11 anos.
Professora regente: Divanil Gibrim.
1.3 – Questão Norteadora
Porque é importante trabalhar com o tema cores?
Qual a sua influência em nosso dia a dia?
Qual a importância das cores para o desenvolvimento da criança?
2 – JUSTIFICATIVA
A cor afeta nossa vida diretamente. Ela é o elemento na roupa de maior impacto visual, porque ela é energia, ela não é estática, ao contrário dos outros elementos visuais.
O ser humano sempre teve obsessão por cores, televisão em cores, fotografia colorida, os simbolismos, enfim, a cor está sempre presente e sempre tem algo a dizer.
A cor está tão presente em nosso dia a dia, que muitas vezes não nos damos conta de alguns detalhes.
A cada duas páginas de um livro menciona-se uma cor; nós nos locomovemos com a ajuda das cores (semáforos); as placas de trânsito; as faixas (níveis) de esporte como judô e karatê.
Existem cores que nos remetem a infância, como o rosa e o azul. As crianças percebem as cores de uma maneira mais espontânea que os adultos, a ponto de alguns decoradores defenderem que as crianças deveriam escolher as cores das paredes de uma casa.
Na natureza as cores também se comunicam. As cores das flores atraem os insetos que vão polinizá-las.
Em nossa vida, sempre escolhemos cores: do cabelo, do time de futebol, do carro, de casa, dos móveis, enfim, de tudo.
Há também como assimilar as cores aos personagens de filmes, novelas e desenhos animados, onde o personagem bom usa cores claras ou alegres, enquanto os vilões usam cores escuras, como preto e cinza.
O uso das cores tem uma ligação direta no desenvolvimento da criança. Estímulos decorrentes da presença de figuras coloridas contribuem para o aprimoramento da capacidade motora e cognitiva, raciocínio, fala e audição.
Isso acontece porque a criança é completamente influenciada pelas cores desde a fase inicial de sua vida, se estendendo por muitos anos. As cores alegres e vibrantes comprovadamente chamam a atenção dos pequenos. Por esse motivo os pais devem usar e abusar do mundo colorido como peça importante na educação dos filhos.
As cores atraem o olhar dos bebês, a colocação de argolas ou chocalhos fixados sobre o berço, carrinho ou mesmo cadeirinha de refeição é um excelente estímulo para o desenvolvimento da criança, pois as cores das peças atraem o olhar do bebê, que vai tentar alcançá-lo. Esse processo de mexer no brinquedo é um estímulo importantíssimo, pois inconscientemente, ele estará exercitando a percepção ao tocar na peça, assim como a auto estima, pois percebe que é capaz de movimentar o objeto. Se isso não bastasse, ele desenvolve a audição, ao ouvir o barulho provocado no contato com o chocalho e também a coordenação motora. Essa série de exercícios vitais foi possível após a visualização dos objetos coloridos que despertaram sua atenção.
As cores facilitam o processo de assimilação dos ensinamentos por parte dos pais , porém, é preciso que eles estejam preparados para utilizar essa importante ferramenta de aprendizado, pois não basta encher a casa de figuras coloridas e não estimular a criança. É fundamental que os pais associem a cor ao objeto. Uma dica é convidar o filho para comer uma deliciosa maçã de cor vermelha, a criança se sentirá estimulada por ser uma fruta de cor vibrante.
A cor pode ser usada também na higiene pessoal, a utilização de escova dental ou esponja de banho colorida motiva indiretamente a criança a manter-se limpa.
Por isso é bom lembrar que se estamos rodeados pelas cores, é porque elas tem importância vital em nossa existência.
3 – OBJETIVO GERAL
Reconhecer as cores primárias e secundárias e reconhecer a influência das cores em nossas vidas.
3.1 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Reconhecer a análise e síntese da perspectiva visual mediante a comparação de cores;
Identificar e aplicar cores;
Identificar a diferença entre claro e escuro;
Fazer uma composição com lápis de cor;
Estimular o raciocínio lógico com o jogo das 5 cores;
Fazer a experiência da “Explosão das Cores”
Relacionar cor e linguagem através de frases e desenhos. Exemplo: “Ele está vermelho de raiva!” ou “Comigo está tudo azul!”

5 – DEFINIÇÃO DA BASE TEÓRICA E CONCEITUAL
Pesquisas afirmam que alguns segundos já são suficientes para causar a primeira impressão. E qual é o elemento mais importante na formação desta impressão? Este que nos rodeia em todos os momentos da nossa vida, transmite mensagens, altera comportamentos, influencia decisões, e nem sempre nos damos conta disso, é a cor, em, todas suas nuances, matizes e tonalidades. Desse modo então, a cor é o elemento essencial da composição da imagem pessoal.
O estudo das cores vem desde a antiguidade, Na Grécia antiga muito se discutiu sobre a natureza das cores. Aristóteles dizia que a cor era uma característica intrínseca dos corpos, assim como o peso e tamanho.
Já no renascimento, descobriu-se que as cores eram características de luz e não intrínsecas de corpos.
Com a descoberta da dispersão da luz branca e do espectro visível da luz das cores, o estudo ganhou novos rumos.
Em 1664, Isaac Newton fez surpreendentes descobertas sobra a luz e as cores. São muitas as experiências que relatou que constam até hoje dos estudos feitos pela física elementar. Seus estudos partiram da observação do arco-íris. Newton “reproduziu um arco-íris dentro de casa. Com alguns prismas e lentes, onde fez incidir a luz do sol, separou as cores para estudá-las. A faixa colorida que obteve ao separar as cores é chamada “espectro solar”. Mas nem todas as cores podem ser vistas por nossos olhos. O infra vermelho e o ultra violeta por exemplo, não são cores visíveis no arco-íris.
Assim o que vemos é o espectro das seis cores visíveis: azul violeta, azul ciano, verde, amarelo limão, vermelho alaranjado, e vermelho magenta (blue, cian, green, yellow, red e magenta). Alguns estudos consideram também o azul anil, como cor visível, o que dá o total de sete cores.
Com a evolução dos estudos de cores, se desenvolveram novos modelos de rodas de cores, e ainda hoje, há diferentes “corrente” que se baseiam em diferentes pontos da teoria. É difícil saber qual o modelo ideal de roda de cores. cada uma delas possui vantagens e desvantagens.
Para quem trabalha com mídia impressa, Internet ou televisão, o ideal seria se a roda fosse formada pelas cores vermelho, amarelo, verde, ciano, azul e magenta.
O modelo utilizado para realizar este projeto, é a roda das cores desenvolvida por Joahnne Itten, no livro “Elements of Colour” , um dos mais completos do assunto. Itten foi um professor da Bauhaus e em seu livro demonstra como as cores se relacionam através dos sete diferentes tipos de contrastes, bem como funciona a harmonia cromática, conceitos essenciais para se trabalhar com cores.
Há outros modelos ainda usados, como o desenvolvido por Munsell. A roda de cores desenvolvida por esse, é composta por dez cores, além disso ele substituiu o violeta pelo roxo, que faria uma transição melhor entre o vermelho e o azul.
Itten instituiu o Vorkus, o ensaio preliminar , no qual os alunos aprendiam de maneira totalmente nova, princípios e as técnicas mais elementares.
Sofreu influência de Frans Cizek (influenciado por teorias de Froebel, Montessori e Dewey) que desenvolvera um sistema de ensino baseado no estpimulo da criatividade individual, através da produção de colagens de diferentes texturas e materiais.
A sua metodologia era baseada em dois conceitos opostos: intuição e método ou experiência subjetiva e cognição objetiva.
O desejo de Ittem era o de libertar o poder criativo individual do aluno e dar-lhe uma nova compreensão dos materiais e da natureza, familiarizando-o com os princípios básicos subjacentes a toda atividade criativa nas artes visuais, permitindo que cada aluno trabalhasse na sua habilidade específica.
A descoberta do ritmo e depois da composição harmoniosa a partir de ritmos diferentes era um dos freqüentes temas das suas aulas, divididas em três áreas principais:
· Estudos de objetos naturais e de materiais específicos, com o objetivo que o aluno conhecesse as características dos materiais e duas possibilidades de aplicação;
· Posteriormente esses estudos eram desenhados, dando enfoque ao contraste do material (exemplo: serrilhado/liso; ápero/suave; duro/mole; leve/pesado)
As teorias desenvolvidas por Itten tinham por objetivo o “Eu”: os estudantes deviam procurar o seu próprio ritmo e desenvolver uma personalidade harmoniosa.
6 – ESTRATÉGIA DE AÇÃO
Iniciei o primeiro dia de aplicação deste projeto explicando para os alunos que iria falar sobre cores, então, coloquei em exposição um cartaz contendo as cores primária, cores secundárias, cores quentes e cores frias, mostrando as cores e citando exemplos. Em seguida, mostrei a eles algumas obras de arte:
· Galo, de Gustavo Rosa, 2005. Tinta acrílica sobre tela;
· Senécio, de Paul Klee, 1922. Óleo sobre tela;
· Caminho com ciprestes, de Vicente Van Gogh, 1890. Óleo sobre tela;
· Mulher com sombrinha, de Claude Monet. Óleo sobre tela.
Pedi para que as crianças identificassem com tipo de cor as obras foram pintadas, muitas responderam certo, apenas dois ficaram em dúvida em relação a resposta.
Em seguida, entreguei a eles o desenho de uma borboleta e pedi para que eles usassem apenas as cores primárias (azul, vermelho e amarelo) para colorir o desenho.
Pude perceber que eles fizeram a atividade com muita atenção e todos capricharam na pintura, consegui fazer com que eles entendessem, pois todos pintaram da maneira correta.
Depois da borboleta, pedi para que fosse separadas as cores secundárias (laranja, verde e roxo), então eles usaram essas cores para colorir uma paisagem, novamente fizeram a atividade de maneira correta. Em relação as cores secundárias, algumas crianças tiveram dúvidas e vieram perguntar qual seria a maneira correta de fazer.
Percebi que as crianças gostam de colorir desenhos, porém eles gostam mais de desenho livre.
Pedi para que cada um fizesse um desenho e usasse em um as cores quentes e no outro, as cores frias. Os desenhos ficaram incríveis.
Acabei esse primeiro momento satisfeita com o resultado.
No segundo dia deste projeto, fizemos o livro das cores. Expliquei para as crianças que podemos relacionar cores com sentimentos, juntos, citamos vários exemplos, saiu muita coisa engraçada.
Pedi para que cada um fizesse ao menos quatro páginas. Percebi que alguns alunos tem dificuldades com a produção de texto, e muitos tentaram copiar do colega e usar as mesmas frases que nós havíamos citado no momento da explicação.
No terceiro dia de aplicação do projeto, que considero o melhor momento, fizemos a explosão das cores e o jogo das cinco cores.
A princípio, distribuí o material para eles, cada um recebeu um recipiente (pratinho) de isopor e um pouco de leite, muitos perguntaram se era para comer sucrilhos, mas eu disse que era uma surpresa.
Aos poucos, com a ajuda da professora regente Diva, entregamos os palitos de churrasco e o detergente para louça e por último, colocamos algumas gotinhas de corante no leite, pedi para não mexer, pois poderia dar errado.
Então expliquei que estava na hora de colocar uma gotinha de detergente com ajuda do palito de churrasco. Eles então seguiram os meus comandos.
Todos ficaram surpresos com o resultado, inclusive a professora, as crianças se admiraram e fizeram a maior bagunça. Depois eles fizeram a mistura das cores até o fim. Foi muito bom fazer essa atividade com as crianças, eles gostaram e se divertiram muito.
Depois da explosão das cores, distribuí para eles o jogo das cinco cores, expliquei que as cores não poderiam se repetir na mesma fila, nem na diagonal.
Eles ficaram muito concentrados, até que o primeiro achou o resultado e contou para os colegas.
Aplicar esse projeto na escola foi muito bom, aprendi com o contato direto com os alunos.

7 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos pontos apresentados nesta pesquisa, pode-se concluir que a aplicação das cores no universo infantil é de extrema importância. A familiarização com esta ou aquela cor inicia-se desde cedo, já no nascimento da criança propriamente dito, por exemplo, se menino escolhe-se o azul e se menina, escolhe-se a cor rosa. E isto não é algo desta ou daquela família em especial, mas de toda uma sociedade. Esta associação basicamente procura demonstrar que cada uma das crianças já nasce com a sua cor previamente definida.
No decorrer do seu desenvolvimento, a criança aos poucos vai compreendendo porque determinada cor é de menino ou de menina, não que isso seja regra, mas no seu nascimento já teve um primeiro contato com as cores, no caso, o azul e o rosa. As cores de certa forma, influenciam psicologicamente sobre o ser humano, pois algumas são estimulantes, alegres, otimistas, serenas e tranqüilas, enquanto outras por exemplo, denotam certa intranqüilidade representando assim um estado de espírito.
Trabalhar o tema as cores é de uma importância grandiosa, pois aos poucos as crianças vão se adaptando com o ambiente em que se vive e quanto mais colorido este for, melhor, o que o torna prazeroso e divertido. Já para o seu desenvolvimento denota a evolução no seu quadro pessoal, ou seja, se usarmos cores escuras como o preto ou o cinza por exemplo, pode vir a mostrar um estado depressivo, solitário, e em alguns casos, um estado de seriedade. E se ao contrario, usar roupas coloridas, nos mostra um estado alegre e de bem com a vida. Pois de certa maneira, a sociedade desde muito cedo associa as cores com sentimentos. Não existe ao certo uma cor que realmente condiz com a realidade, mas a certeza que se tem é que a mesclagem faz toda uma diferença.
Alguns autores mencionam também, a Roda das Cores, que basicamente é utilizada para a combinação das cores, ou seja, um mistura que reforça e estimula ainda mais o aprendizado das crianças. Essas combinações são fundamentais, pois a partir disso, a criança consegue assimilar as cores com o seu dia a dia. E basicamente, as influências que as cores exercem sobre o ser humano se fundem com a sua realidade e em muitos casos, de forma inconsciente. A associação das cores com o momento presente diz muito, pois as linguagens corporais também denotam esses sinais e as cores acabam respondendo essas questões. Cores fortes e vibrantes, pessoas alegres e festivas, cores brandas, fracas ou escuras, pessoas com algum problema ou crise existencial, mas isto é muito relativo, considerado apenas como fonte de pesquisa. Pois há casos em que as pessoas usam cores escuras e estão de bem com a vida e outras, usam roupas coloridas demonstram o contrário.
A influência das cores, se bem intencionadas nos diz muito, mas para isso os especialistas devem interpretar de forma coerente, evitando mau juízo deste ou daquele em virtude de uma simples cor de roupa. As cores são fundamentais para o aprendizado de todo e qualquer ser humano, pois a partir do momento que este tomou consciência desta realidade, as cores que antes tinham finalidades estéticas passaram a ter finalidades e funcionalidades práticas.



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